CAFÉS ESPECIAIS

Em um artigo escrito em 1998 para o jornal The Specialty Coffee Chronicle, o então diretor da (SCAA) Specialty Coffee Association of America, Don Holly, atribuiu a origem do termo “café especial”  à Erna Knutsen que, em um discurso proferido em 1978 na conferência internacional do café em Montreuil, França, o teria definido como sendo o resultado de microclimas geográficos especiais, capazes de produzir cafés com sabores exclusivos. Se para alguns especialistas, tal definição já se baseava na premissa de que os grãos dos cafés especiais seriam sempre bem preparados, nós do Elisa Café preferimos ser mais cautelosos quanto a isso, concordando integralmente com a visão de Ric Rhinehart, diretor executivo da Specialty Coffee Association, que afirma que, na prática, isso nem sempre é o que acontece. Para Rhinehart,  existem dois pontos fundamentais a serem considerados quando falamos em café especiais.

O primeiro deles diz respeito a todos aqueles que participam da cadeia de valor do café depois do agricultor. Qual seria o papel de cada uma dessas pessoas? Preservar a qualidade do grão ou melhorar essa qualidade? A palavra-chave aqui é responsabilidade, pois cada passo da cadeia produtiva do café especial, ou seja, cada pessoa envolvida nesse processo, deverá se responsabilizar por um ou mais dos seguintes aspectos: preservação, transformação ou revelação da qualidade.

Na prática, isso significa que o torrador deve ser responsável não apenas pela preservação da qualidade entregue pelo agricultor, mas também por transformar o grão verde por meio da torrefação, conduzindo-o à revelação de todo o seu potencial de qualidade na versão torrada.

Já o barista, por sua vez, é responsável por preservar todos os atributos de qualidade do café torrado (e porque não dizer até mesmo do grão entregue pelo agricultor), revelando e potencializando tais atributos ao consumidor, por meio de um café bem tirado. Vale dizer que aqui entra não apenas a bebida em si, mas a experiência completa de tomar um café especial e que inclui: um ambiente agradável, um bom atendimento, relacionamentos abertos e, no nosso caso, é claro, que um bom “dedinho de prosa, porque afinal de contas, nosso DNA é mineiro, uai”!

Seja bem-vindo ao mundo dos cafés verdadeiramente especiais. Ao mundo do Elisa Café!